O poder de escolha e o seu sanduíche preferido.
Escolhas. Fazem parte da vida e estão presentes a cada passo que damos. Somos interminavelmente questionados pelo mundo sobre o que, quando, como, onde e porque queremos determinada coisa ou porque tomamos uma certa decisão.
O mundo evoluiu mas a nossa capacidade de decidir e pensar continua na Idade da Pedra. Não estamos prontos para a pressão de ter que tomar decisões, sejam elas banais ou importantes o tempo inteiro. Tudo isso justamente por termos hoje uma enorme quantidade de opções, seja lá no que estejamos metidos.
Já reparou que normalmente sempre que você vai num fast food pede a mesma combinação? O tal do sanduíche preferido. Ele é realmente o seu sanduíche preferido, ou também há aí embutida na escolha uma determinada preguiça de arriscar, ou incapacidade de decidir por algo diferente? Nesse caso, escolher sempre o mesmo lhe deixa numa zona de conforto. Melhor comer aquele sanduíche enfadado, mas que você gosta do que arriscar por um novo e acabar se decepcionando com o gosto.
O excesso de opções ferra o nosso poder de escolha. Normalmente tomamos decisões por impulso, levados por um desejo qualquer. É por isso que nossas melhores e piores decisões são tomadas por pura impulsividade. E somos julgados da mesma forma. Se a decisão tomada for boa, arrotamos a máxima de quem não arrisca, não petisca. Se a decisão resultar num fracasso qualquer, em questão de minutos aparece alguém dizendo "quem manda fazer tudo sem pensar?".
Nem sempre podemos jogar a moeda para o alto, decidir entre cara e coroa. Algumas decisões devem realmente ser pensadas antes. Mas se eu pudesse de fato escolher, escolheria saber diferenciar quando eu devo ser impulsivo, quando devo pensar, ou quando simplesmente devo escrever a respeito enquanto como meu sanduíche preferido.
3 Comentários:
São raras as pessoas que eu conheço que realmente experimentaram todos os sanduíches antes de escolher o preferido. Mas são sanduíches... Até para quem fez essa escolha de forma consciente é difícil tomar decisões sobre inúmeras outras coisas. Nos limitamos ou fomos limitados, né?!
Cara, texto muito bem escrito! Parabéns, excelente reflexão, timing perfeito!
Abraço!
Agora compartilhamos da insonia do rei: já se foi a época em que apenas o rei tinha insonia refletindo sobre as possíveis decisões a serem tomadas para e pelo o seu povo, que dormia esperando uma resposta daquele; agora tomamos nossa próprias decisões,o tempo todo. Talvez alguns preferissem, bem lá no fundo, que alguém tomasse as decisões para eles, e por isso, depois de uma decisão tomada, se prende a ela, comendo do mesmo sanduíche... Enfim, é o nosso mundo.
A próposito, por um certo tempo (quando ia ao shopping com uma maior frequência), evitei comer o mesmo sanduíche, e fui além, evitando comer no mesmo restaurante. Sei quais são meus sanduíches preferidos...
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