sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A religião como mecanismo de controle

Breves explicações sobre como funciona o mecanismo de controle chamado Religião. Como qualquer sistema, ele tem regras que desencadeiam alguns comportamentos (tanto do sistema quanto de quem faz parte dele).

A lógica é simples: reze, tenha medo de Deus, senão você é punido. O instinto humano da sobrevivência é o mais básico. E o medo existe justamente como uma resposta do cérebro para que a gente não saia por aí saltando de avião sem para-quedas.

Agora imaginem a imensidão do universo. Tudo o que sabemos é que ele é infinito. E que jamais exploraremos um espaço significante de todo o Cosmo. Aí as pessoas acreditam que tem sabe-se lá o que maior que isso tudo, controlando tudo.

O que ocorre é: você reza todo dia pra algo bom acontecer e ele acaba acontecendo. Você passou, digamos, 287 dias rezando e tal coisa de fato aconteceu. Milagre? Não, probabilidade. Se me derem 287 chances pra executar uma determinada tarefa é bem provável que eu consiga. Milagre é o nome que se dá quando a realização de algo coincide com uma oração. E é quase impossível não coincidir com a pessoa rezando todos os dias.

Eu entendo que as pessoas precisem se apegar a algo maior. Isso é para tirar o seu da reta, para jogar a responsabilidade de tudo o que ocorre com a sua vida nas mãos de outro. Mas não entendo a cegueira mental e psicológica. É até fácil explicar, são milhares de anos tatuando uma idéia no cérebro das pessoas geração após geração. Mas como todo sono mal-dormido, como todo pesadelo, uma hora as pessoas terão que acordar.

14 Comentários:

Unknown disse...

Isso me lembra de uma frase que ouvi há um tempo: A dança da chuva funcionava, porque os índios não paravam de dançar até chover.

Unknown disse...

"Você passou, digamos, 287 dias rezando e tal coisa de fato aconteceu. Milagre? Não, probabilidade."

Ou melhor: Esforço.

Guilherme Reis disse...

Verdade. Eu não acho que a Religião é um "mal necessário". Acredito que ela deve ser 'banida' da sociedade. Ela causa muito mal. Ela só causa o mal.

"No dia em que finalmente nos convencermos de que não estamos sob o comando de nenhum Deus, então deixaremos de praticar guerras ... ou, na pior das hipóteses, teremos um motivo a menos para fazê-la." __ Fernando Thomazi

Unknown disse...

É totalmente plausível a ideia da religião enquanto mecanismo de controle. Há quem se permita conduzir sua própria vida pelo medo, pelo temor.

Mas há um outro temor que nada tem a ver com o medo e, esse sim, ao menos na minha religião, é o legítimo temor a Deus. O medo da punição não se justifica, pois Deus é misericordioso e o Seu amor é infinito. Não fazemos as coisas como obrigações, pois não há sanção, já que o perdão de Deus é infinito. Fazemos porque amamos a Deus e temos a consciência de que Ele nos ama e nos vigia também.
Assim, não há qualquer coerção na prática religiosa e no exercício da fé. CLARO que nem todos entendem isso e que, no mais das vezes, o que vemos é a fé cega, a religião a qualquer custo. Não é isso que sustento.
Digo apenas que é possível crer em Deus ou ser religioso(a) sem se atrelar aos pressupostos colocados nesse post. Tanto é que não me vejo dentro desse modelo... E tenho minha fé e minha prática religiosa.

O texto diz coisas plausíveis, sim. E convence... desde que não se saiba muito sobre mais de uma religião. Milagres nem sempre vêm de oração. Providência divina, sim. Providência divina não necessariamente tem a ver com milagres... Tem muito mais a ver com "coincidências". Tudo bem que religião não é ciência, mas também não é algo sobre o qual se possa dizer qualquer coisa. Para refutar algo, é preciso conhecê-lo; só assim pode-se derrubar os argumentos contrários - ainda quando fujam do plano da razão! - e convencer plenamente - desde que quem esteja do outro lado esteja disposto a ser convencido. Eu, por exemplo, estou, mas ainda não fui porque geralmente quem se opõe, pouco sabe a respeito do que se opõe.

Concordo que rezar todos os dias e algo acontecer pode ser persistência, sorte, probabilidade inclusive. Isso não se confunde com a "coincidência".
Isso que alguns chamam de "coincidência" é quando acontece algo inesperado que te surpreende. Outros chamam de providência divina. É quando nos pegamos pensando em alguém e esse alguém aparece... É quando abrimos um texto e lemos exatamente algo que precisamos ouvir. É quando algum estranho nos aborda com alguma conversa louca, mas que às vezes acaba por fazer sentido no momento.

Se essas "coincidências" são intervenção de Deus, de um ente maior, dos espíritos em seu plano paralelo, do Pikachu ou do diabo, cada religião chama como quer.
E até que essas "coincidências" estejam fora do plano da ciência e da justificativa racional - como estão até hoje - nada mais lógico que recorremos ao plano da fé, do conhecimento mitológico, religioso, como tem sido desde que o mundo é mundo E o homem é homem.

Fica a minha opinião. Gostei do blog :)

Abs

Eduardo Kasper disse...

Na verdade não são milhares de anos tatuando uma ideia no cérebro das pessoas, são milhões de anos (segundo o livro "Uma Breve História do Mundo" de Geoffrey Blainey). O homem desde que possui uma capacidade de raciocínio a mais que outros animais, utiliza o sobrenatural para explicações as quais não tem conhecimento científico (o raio atingindo uma árvore, há milhões de ano).
Também acho que o que não pode haver é um controle exacerbado, a pessoa não pode ficar cega e deixar de construir sua vida, ou fazer algo que lhe dê prazer, porém é inegável que a religião também serviu para controle maior, como o não matar, roubar, etc.
Algumas vezes penso que seria muito bom que todos acreditassem em algo, e temessem algo maior, o mundo não estaria tão ruim quanto está. Mas também acho que muitas pregações são completamente infundadas e isto tornaria o mundo chato. =)

Fer disse...

Entendi seu ponto de vista, permita-me apresentar o meu:
"Religião" é vago, falarei especificamente da minha religião, que é a Umbanda.
O princípio básico da Umbanda (a Umbanda verdadeira, não a matança de galinhas que as pessoas pensam que é) é: amor, fé e caridade, e não "tema a Deus". Os umbandistas tem plena consciência de que se errarmos, a culpa é exclusivamente nossa, e teremos que arcar com nossos erros. Se algo bom acontece, foi porque merecemos. É como diz a lei de Xangô, o orixá da justiça: quem deve paga, quem merece recebe. Não somos cegos, não somos alienados. E não somos burros por crer em algo maior do que nós.

Blue. disse...

Melhor coisa que eu fiz no meu dia hoje foi clicar no link dessa postagem e ler algo que condiz com a forma como penso... Porque sei que não sou a única a pensar assim, mas as vezes parece que estou sozinha num mundo de zumbis.
Parabéns pelo texto e pelo blog.

Unknown disse...

Falou tudo que eu ando pensando, o ser humano tem essa maldita necessidade de se apegar à algo. É mais fácil colocar a responsabilidade sobre um deus, destino, sorte, qualquer outra coisa que não a sua própria capacidade ou incapacidade. Normalmente as pessoas procuram deus e afins quando estão em "apuros", porque nesse momento estão se sentindo fracassados, precisam tirar essa culpa de cima de si.
E a religião, principalmente a católica, durante mais de 1000 anos perseguiu e matou todos aqueles que iam contra a sua doutrina de impor o medo, de proibir o pensamento. Até que em 500 anos avançamos muito e alguns conseguiram se liberar dessas algemas (há muito ainda por mudar, mas isso depende de cada um, de educação, de um sociedade realmente laica).

Hadassa M. Sylvestre disse...

Bom, você tem razão porque esse "mecanismo de controle" realmente existe.

Mas eu acho que muito mais conforável é pra humanidade, viver no pecado e sem Jesus.

Peço sua atenção pra essas palavras (não minhas, e sim do @paulwasher)


>> O Evangelho é "absurdo" para o homem caído, porque expõe suas ilusões sobre si mesmo e o convence de sua queda e sua culpa. Essa é a razão pela qual o mundo detesta tanto a pregação do evangelho.

O Evangelho desperta o homem de sua sonolência e se recua a drixá-lo repousar sobre um fundamento tão ilógico.

Porque o verdadeiro evangelho arruina a festa do homem, expõe suas falsas crenças, e faz ver que "o imperador está nu."

As pessoas têm conseguido fazer de si mesmas o padrão central e o fim de todas as coisas.
Louvam a si mesmas, exigem homenagens à própria auto-estima, e promovem o cumprimento de suas ambições e suas auto-realizações como a coisa mais importante a se alcançar.

A verdade é que:

Através da loucura do evangelho, Deus decretou destruir a sabedoria dos sábios, frustrar a inteligência das mentes mais brilhantes, e humilhar o orgulho de todos os homens, com o fim de que nenhuma carne se glorie em Sua presença, assim como está escrito: "Mas o que se gloria, glorie-se no Senhor." (2 Corínrios 10.17) <<

Não vim aqui te atacar!
Peço que, se tiver tempo, termine de ouvir o que o Paul Washer disse, nesse vídeo:

http://vimeo.com/7846443

Boa reflexão pra você
;)

Big Kiss

.

Hadassa M. Sylvestre disse...

Ah, eusqueci. Caso queira manter contato, esse é o meu Twitter: http://twitter.com/playmobil_san
Eu já te seguia, na minha lista "cool" ;)

.

VonNaturAustreVe disse...

Como karl marx dizia: "A religião o opio do povo"

Anônimo disse...

É normal da sociedade fazer o homem acreditar em Deus,mas existem algumas pessoas que usam a religião para seu própio benefício,prejudicando os outros.

Emmanuel Laureano disse...

Nasci em lar evangélico e vivi 40 anos tentando Ser o q nao sou. Hoje ainda tenho traumas, medo da punição, medo do inferno queimar eternamente e eu lá dentro.
Hoje para desgraça d minha familia sou agnóstico.

Tamara disse...

Eu sou católica, e realmente acredito em um ser onipotente. Porém não acredito na idéia de que "Se Deus quiser, isso vai acontecer", vai nada, ele nos deu o livre arbítrio, se você quiser que algo aconteça, corre atrás, lute para conseguir.
Não aguento essas pessoas que acreditam que Deus é responsável por cada movimento nosso, nós sempre temos mais de uma opção, cabe a nós decidirmos. VOCÊ É RESPONSÁVEL PELA SUA VIDA.

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